O Papa à Ação Católica: faça crescer a 'cultura do abraço'
Os membros da Ação Católica Italiana acolheram Francisco na Praça São Pedro para o encontro intitulado “De braços abertos”: são muitos os abraços!
Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso
O abraço que falta. "O entusiasmo que hoje expressaram de forma tão festiva nem sempre é bem acolhido no nosso mundo: às vezes encontra fechamentos e, outras vezes, encontra resistências, de modo que os braços ficam rígidos e as mãos se fecham de forma ameaçadora, não se tornando mais veículos de fraternidade, mas de rejeição, de oposição, muitas vezes até violenta, também sinal de desconfiança em relação aos outros, próximos e distantes, a ponto de levar ao conflito", disse o Papa, acrescentando.
Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso. Na origem das guerras geralmente há abraços que faltaram ou abraços rejeitados, que são seguidos de preconceitos, mal-entendidos e suspeitas, a ponto de ver o outro como inimigo. Tudo isso, infelizmente, está diante de nossos olhos hoje em dia, em muitas partes do mundo! Com sua presença e seu trabalho, no entanto, vocês testemunham a todos que o caminho do abraço é o caminho da vida.
O abraço misericordioso de Deus que salva
O abraço que salva. "Do ponto de vista humano, abraçar-se significa expressar valores positivos e fundamentais como o afeto, a estima, a confiança, o encorajamento, a reconciliação. Mas se torna ainda mais vital quando é vivido na dimensão da fé. No centro da nossa existência está o abraço misericordioso de Deus que salva, o abraço do Pai bom que se revelou em Cristo Jesus, e cujo rosto se reflete em cada seu gesto de perdão, de cura, de libertação, de serviço, e cuja revelação atinge o seu ápice na Eucaristia e na Cruz, quando Cristo oferece a sua vida pela salvação do mundo, para o bem de todo aquele que o acolhe com o coração sincero, perdoando até mesmo os seus crucificadores", disse ainda Francisco, convidando a todos a se deixarem abraçar pelo Senhor "como como crianças", pois "cada um de nós tem algo de criança no coração que precisa de um abraço. No abraço do Senhor aprendemos a abraçar os outros".
Mostrar caminhos de esperança
Amigos, vocês serão tanto mais presença de Cristo quanto mais souberem abraçar e apoiar cada irmão necessitado com braços misericordiosos e compassivos, como leigos engajados nos acontecimentos do mundo e da história, ricos de uma grande tradição, formados e competentes no que diz respeito às suas responsabilidades, e ao mesmo tempo humildes e fervorosos na via do espírito. Dessa forma, vocês poderão fazer sinais concretos de mudança segundo o Evangelho a nível social, cultural, político e econômico nos contextos em que trabalham.
Promover a "cultura do abraço"
Francisco incentivou os membros da Ação Católica a promoverem a "cultura do abraço" que "crescerá na Igreja e na sociedade, renovando as relações familiares e educativas, renovando os processos de reconciliação e de justiça, renovando os esforços de comunhão e de corresponsabilidade, construindo laços para um futuro de paz".
Levar adiante a sinodalidade
"Por isso, há necessidade de pessoas moldadas pelo Espírito, de "peregrinos da esperança", de homens e mulheres sinodais, que saibam dialogar, interagir, buscar juntos, como diz o tema do Jubileu que já se aproxima, homens e mulheres capazes de traçar e percorrer caminhos novos e desafiadores", concluiu. Por Mariangela Jaguraba Vatican News.
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